Você sabia que 90% das empresas brasileiras são familiares?
Segundo o IBGE, apenas 30% dessas empresas sobrevivem à primeira sucessão e apenas 5% chegam à 3ª geração de sucessores. Para fazer parte desses 5%, é importante que a empresa tenha um bom planejamento sucessório. Esse é um tema caro à economia brasileira, pois essas empresas contribuem com cerca de 65% do PIB nacional e empregam 75% da força de trabalho brasileira.
Planejar a sucessão dos negócios familiares é uma fase delicada para a sobrevivência da empresa nas próximas gerações. Muitas vezes, a sucessão se dá apenas quando o fundador da empresa falece e, nesse momento conturbado, os familiares estão despreparados emocionalmente para lidar com a papelada e com decisões de como prosseguir com o empreendimento. Isso se soma à falta de planejamento societário, ao despreparo dos herdeiros para assumir os negócios e a desavenças familiares quanto a quem ficará responsável pela administração da empresa, um cenário que pode acabar levando a problemas irreversíveis.
Cada empresa familiar tem um caso único a ser analisado com cuidado para realizar o processo de sucessão. Por isso é importante que haja uma boa assessoria jurídica que oriente o que fazer em cada caso. Quanto mais complexa a estrutura familiar, maior é a necessidade de planejamento. Se a família é menor, apenas com irmãos e irmãs, o processo pode ser mais tranquilo. Mas quando há parentes de graus mais distantes ou de outros casamentos, o processo se torna mais complicado.
Quando a empresa decide fazer o planejamento sucessório, ela pode seguir por dois caminhos. Permanecer com a proposta familiar ou profissionalizar a administração da empresa, trazendo especialistas experientes do mercado. Ambas as opções têm suas vantagens e cabe aos donos da empresa decidir qual caminho faz mais sentido para o que esperam do empreendimento no futuro. Continue lendo para saber as vantagens de fazer um bom planejamento sucessório.
As vantagens de planejar a sucessão
Além de tornar a transição mais fácil, o planejamento sucessório ajuda a evitar altos custos de inventário, honorários advocatícios e impostos de transmissão. Sem planejamento, o processo de transmissão de bens pode se arrastar por anos e gerar despesas que impactam no patrimônio familiar ou cause brigas familiares. Dentre as vantagens obtidas com o planejamento sucessório estão:
- Antecipar as despesas de transmissão de bens;
- Possibilidade de realizar a divisão de forma antecipada;
- Planejar tais despesas;
- Evitar conflitos entre herdeiros;
- Reduzir a carga tributária;
- Reduzir a burocracia comum em processos de inventário;
- Reduzir as despesas em geral, como com honorários advocatícios, tributos e outras taxas incidentes em um processo de inventário.
Cada situação é única e por isso é tão importante contratar profissionais que auxiliem no momento de planejar e decidir qual é o melhor caminho a ser seguido na proteção dos seus bens. Existem algumas formas de preparar a empresa para uma sucessão adequada, entenda a seguir.
Como preparar a empresa para a sucessão?
Essa preparação deve ser bem elaborada e implementada no médio e longo prazo, com uma boa assessoria jurídica, contábil e de gestão administrativa. Os especialistas poderão fazer uma análise minuciosa do histórico da empresa, de onde vem, qual seu cenário atual e o que os proprietários esperam dela no futuro. Isso os permitirá entender quais problemas a empresa sofre atualmente e os porquês, para que então possam trabalhar na melhor forma de resolver tais problemas e estruturar a sucessão de modo que evitem os mesmos erros no futuro.
Após analisar o patrimônio familiar e as peculiaridades daquela empresa, o especialista pode propor a criação de uma holding familiar na forma de sociedade em ltda ou anônima, por exemplo. Além disso, poderá elaborar cláusulas de restrição de direito sobre os bens, organizar a divisão de quotas, doações, inalienabilidade ou qualquer outro aspecto que os sócios considerem importantes e que evitem brigas na divisão do patrimônio no futuro.
Também é feita a definição de regras contratuais como venda de ativos, como o divórcio e a separação judicial de um dos sócios pode afetar o patrimônio. Inclusive, levando em conta a possibilidade de transmissão de patrimônio aos herdeiros ainda em vida. Tais medidas reduzem de forma significativa a tributação dos bens tanto em vida como após o falecimento de um dos sócios. E também acaba com a necessidade de abrir um processo custoso e burocrático de inventário após a morte da pessoa na atual gestão.